O que precisa MUDAR...
Presidente Alessandro Barcellos terá que agir com lucidez
Passados 90 dias depois que a nova Gestão, capitaneada pelo presidente Alessandro Barcellos, assumiu, surge a primeira encruzilhada no horizonte colorado.
Miguél Angel Ramirez, o escolhido para conduzir o projeto da direção, que é ter um time propositivo, que possa jogar de igual pra igual contra qualquer adversário, tanto em casa quanto fora, e que depois de 22 jogos sem que tenha definido um time base, sem que a maioria dos jogadores já tenham assimilado a forma de jogo, sem um desempenho convincente e seguro, contestações sobre seu trabalho começaram a aparecer. Inicialmente foram alguns setores da imprensa, aqueles que não gostam de estrangeiros, isto foi tomando corpo e depois de ontem estas contestações também passaram ter uma boa parcela da torcida como aliada.
Há teorias das mais variadas. Jogadores perdedores, técnico inexperiente, direção noviça, torcida chata, imprensa jogando contra sempre, há de tudo.
A mim está claro a origem.
Há uma erro que gostaria de chamar de “Erro na Vertical” e explico: A gestão através do Presidente eleito, conhecia muito bem o grupo de jogadores. Em conhecendo, deveriam saber das limitações e quando o projeto foi escrito, ao ver o material humano, ao ter conhecimento das finanças do clube, ao saber das dificuldades em vender jogadores, deveriam ter visto que não era hora para uma mudança tão expressiva!
Aqueles que culpam Ramirez ou mesmo entendem que o grupo de jogadores é insuficiente, perdedor, incapaz, pararam para pensar de onde veio o erro?
Demitir Ramirez, apesar da Multa Alta, parece ser o mais simples a fazer, porém se for para trazer outro que tente as mesmas coisas, por quê não tentar corrigir com ele se este estiver a fim de rever alguns conceitos?
A menos que a situação entre a comissão técnica, departamento de futebol e jogadores esteja insustentável, entendo que seja hora de dar um passo atrás para logo ali dar dois a frente.
Ramirez e seus auxliares precisam entender que o Inter não é o Del Vale e que o brasileirão não é o campeonato equatoriano. Este é o primeiro ponto a ser discutido. O segundo, tendo em vista a qualidade dos adversários que teremos, é necessário que ele encontre algumas soluções para minimazar erros de saídas de bola (sempre no toque-toque), que faça com que a transição seja mais ágil e que se tente manter a posse de bola sem recuos exagerados ao goleiro. O terceiro e não menos importante, é que urge a necessidade de firmar um time titular, usar o máximo estes, até porque nos jogos poderá mudar a metade dos atletas de linha, não sendo justificável ficar rodando toda hora o time, o que causa instabilidade no grupo, falta de confiança e entrosamento. O quarto ponto seria mais a cargo diretivo, é necessário fazer a tão propalada “Limpa” ou “Oxisanitização” do vestiário, negociando, emprestando, doando, liberando atletas que possam entrar e comprometer o trabalho, jogador ruim sempre acaba sendo utilizado e os resultados são desastrosos como ontem e tantas outras jornadas que se passaram. O quinto também diretivo, será contratar 3 jogadores em nível de titularidade, zagueiro, lateral esquerdo e volante, jogadores que sejam de qualidade, não meia boca.
Feito isto é ir monitorando o trabalho, dando respaldo e cobrando aquilo que sair dos trilhos.
Se optarem por demitir Ramirez em duas ou mais rodadas, será porque as correções necessárias não serão feitas e depois não poderão errar o nome do sucessor. No campeonato brasileiro há uma nova regra que proibe a mudança de mais de dois técnicos por ano.
Que nossos dirigentes pesem tudo, pensem bem e depois tomem a melhor decisão possível para o clube, é preciso mudar, mas não necessariamente nomes, pode-se mudar posturas, praticas, formas sem que pessoas sejam mudadas desde que estas aceitem, que seja feito o melhor para o S.C.Internacional, não podemos mais conviver com vexames como o de ontem em Fortaleza, somos grandes demais para uma exposição tão negativa.
Tenham uma ótima semana.
Vilmar Silva